A formação tradicional de talentos para o mercado digital está ultrapassada e obsoleta.

Escolas e universidades empregam métodos educacionais desatualizados para ensinar aos alunos que aprendem – ou mais frequentemente memorizam – conceitos que têm pouco ou nenhum valor para o mercado de trabalho atual, dinâmico e em constante mudança. Jovens rejeitam gastar tempo e dinheiro em uma universidade que não os prepara para o mercado real, por não propiciar práticas e experiências do mundo real ou oportunidades concretas de vagas no mercado de trabalho.

Vivemos um novo tipo de revolução, que levará à perda de dois bilhões de empregos até 2030. O sistema educacional não é flexível o suficiente para se adaptar a essa nova realidade desde que foi criado para lidar com a demanda industrial linear.

Por outro lado, as empresas não podem arcar com os custos da educação desatualizada se desejam prosperar nas condições atuais. A competição é global, o novo consumidor exige mais e os novos funcionários buscam mais por propósito do que apenas ganhar dinheiro. O custo de contratação é alto, o de demissão é ainda maior, com impactos financeiros, de moral e performance.

EdTech
A tecnologia tem enorme potencial para revolucionar a educação. Modelos ultrapassados de alunos em sala de aula, giz e quadro negro, decorebas e exames em massa, já vinham ruindo muito antes de COVID19.

Por este motivo, adicionamos EdTech como mais uma vertente da nossa tese de investimento, e passamos a buscar ativamente startups que conjuguem formação de talentos para a nova realidade, muito além de aptidões técnicas mas também com trabalho em equipe, habilidades comportamentais e mistura de teoria com prática.

Gama.Academy
Eu conheci o Guilherme Junqueira em 2015, quando ele comandava a Assoc. Brasileira de Startup. A partir dessa função, ele tinha uma perspectiva única sobre os problemas e oportunidades enfrentadas pelas startups, particularmente sobre as dificuldades de aumentarem sua equipe de talentos.

Quando ele deixou a ABStartups e embarcou em sua própria startup, observamos de perto como ele lidou com essas dores com o Gama Experience, um bootcamp em habilidades digitais conectado a oportunidades de contratação.

A Gama criou uma metodologia educacional inovadora que combina o melhor da educação com a prática de desafios reais. Com o estado da arte em aprendizado híbrido (on e/ou offline), ensino adaptativo e sala de aula invertida, seus cursos contemplam desde cursos online self-paced até bootcamps com rigoroso processo seletivo. Neles, além de habilidades técnicas (hard skills), os alunos aprendem uma miríade de outras habilidades comportamentais (soft skills) – liderança, inteligência social, peer pressure, meritocracia, dentro de um mindset lean e ágil, nas áreas de vendas, marketing, design e codificação.

Essa abordagem também abre oportunidades para conectar estudantes com oportunidades de trabalho abertas em pequenas e médias empresas, que pagam taxas de contratação para contratar os melhores talentos, monitoram continuamente futuros alunos graduados em busca de vagas em aberto ou até mesmo executam suas próprias iniciativas internas de recrutamento educacional.

Pós-COVID
Se as competências ensinadas nos cursos e formação de Gama já eram importantes para um mundo online e digital, elas se tornaram ainda mais críticas nestes tempos pós-COVID.

Os talentos agora não apenas têm de ser capaz de produzir – vender, programar, fazer marketing e elaborar designs, mas também efetivamente trabalhar em conjunto de forma online, assíncrona e remota.

Uma videoaula no Youtube nunca foi sinônimo de EAD: agora, ainda mais, ela precisa vir acompanhada de projetos, trabalho em equipe, mentoria, prazos, peer pressure por entregas concretas e outros elementos de aprendizado teórico e prático.

A rodada
Smart Money liderou sua rodada de pre seed em Out 16. Desde então, estivemos ao lado da empresa em vários momentos durante sua jornada – a saída do CTO e co-founder, a adoção do ensino híbrido, o amadurecimento dos produtos e serviços, a expansão para diferentes cidades, a adaptação aos desafios do COVID19.

Ao acompanhar a evolução e constatar o product market fit e tração da startup ao longo de todos este anos, decidimos dobrar a aposta e liderar a rodada de capital semente de R$ 3,1M de Gama Academy em Jan deste ano. A Exame escreveu uma matéria com mais detalhes.

Esta rodada conta ainda com a participação de um seleto time de coinvestidores, que inclui a agência de fomento Axigen, GoodZ Capital e pessoas físicas de alta renda e experts na em educação. Entre outras iniciativas de crescimento e inovação, esta rodada contempla a implantação de um modelo de governança adequado a este fase da empresa, a ser aprimorado com a presença destes novos investidores, de modo a contribuir com os founders para levar a empresa a novos patamares.

Estamos empolgados em liderar o seed round de Gama Academy e ajudarmos os founders Gui Junqueira, Alexandre Paez e Luis Quintanilha nesta (r)evolução da Educação.