A vida inteira tinha uma casca te protegendo.

No início, era a placenta, e você todo confortável boiando no líquido amniótico. Depois, a escola e o roteiro pré-traçado – infantil, pré-escola, fundamental, médio, e por aí vai.

Deu uma balançada no vestibular … nada parecia tão certo. Que caminho escolher? Exatas, Humanas, Biológicas? Mas logo se decidiu, entrou na Faculdade e a casca invisível das disciplinas, notas, iniciação científica e estágios já te acolheu de novo.

Muitos nem quiseram sair do quentinho ambiente acadêmico. Foram ficando em mestrados e doutorados, a despeito de bolsas miseráveis e muitas vezes sem qualquer real vocação para ensino e pesquisa.

Outros abraçaram o caminho do mercado de trabalho. Um emprego, salário, benefícios, plano de saúde!, 13o, vale transporte e alimentação, FGTS!, férias (e mais ⅓!), subir de cargo passo a passo na escada corporativa.

Notou a “casca” onipresente ? Em cada momento ela te envolvia, pra te dar segurança, um roteiro certo, um lugar quentinho. Uma zona de conforto.

De repente, tudo que parecia tão seguro e certo desmonta como um castelo de cartas. A bolsa se rompe, sua mãe te dá a luz numa cesariana ou te “expulsa” em ritmadas contrações de parto normal.

O primeiro ar a entrar pelos pulmões corta como uma faca. O fim da faculdade impõe decisões importantes. Mestrado ?, arrumar um emprego?, ser funcionário público?. O que quero da vida ? Uma decisão errada e seu futuro pode estar em jogo.

A segurança do emprego é só aparente. As dificuldades da economia, o cenário competitivo e … apesar de toda sua competência e dedicação … o facão come solto, custos são cortados, você é mandado embora, a empresa quebra. O que parecia tão seguro nunca foi tão incerto, que apesar de todo o discurso moderninho de “Gente & Gestão” na maioria das empresas você ainda é mesmo apenas um “recurso” humano. Um ativo, que num piscar de olhos pode se transformar num passivo, para ficar no jargão contábil.

Daí vem o estalo. Você se dá conta que seu potencial pode ir além de velhas fronteiras e hierarquias corporativas. Que você precisa ser protagonista do seu destino. Ator principal, roteirista, diretor, figurino e galã da sua própria novela.

Que a maior segurança é aquela em que você mapeia, entende, empatiza, resolve, entrega e fideliza seu próprio cliente. Você S/A.

E nesta hora morre o funcionário, e nasce o empreendedor. Tudo na mesma pessoa, nenhum corpo é perdido no processo, mas a alma não é mais a mesma. Não sozinho, ao contrário cercado de parceiros no crime, fazendo crescer também uma empresa, mas em tudo diferente da sua vida pregressa corporativa, por ser agora à sua imagem e semelhança. E você já não é mais o mesmo.

Aquele ovo, aquela casca, se rompeu e agora é hora de você caminhar com as próprias pernas rumo a uma jornada traçada pelos anseios, riscos, desejos recompensas genuinamente suas.

E você agora se joga, sai andando de cabeça aberta, ávido por traçar seus roteiros, cometer seus erros, tirar sua idéia do papel, ter seu próprio negócio, lançar seu produto e serviço, gerar impacto e fazer um dente no universo. (E, com sorte, tenacidade e muito esforço, levantar nitroglicapital para multiturbinar ainda mais este processo inevitável de crescimento).

Bora empreender ?

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